Os Maias foram descobertos pelos espanhóis. No início do século XVI, pouco depois do descobrimento da América, navios espanhóis chegaram à América Central, repletos de soldados e comandantes prontos para conquistar as riquezas da região.
O que eles encontraram, porém, foi um dos maiores mistérios da história da América. Ao explorar o local, os europeus descobriram cidades enormes tomadas pelas florestas. Eram casas, templos, palácios e edifícios administrativos que tinham sido abandonados há séculos.
Para a surpresa dos Espanhóis, isso era tudo o que havia sobrado de uma das maiores civilizações que já existiu.
Os maias e seus mistérios
Mais de 500 anos se passaram e ainda existem muitas teorias sobre o que teria causado o desaparecimento dos Maias. Alguns historiadores falam em guerras violentas. Outros citam pestes e uma grande pandemia. A verdade é que todos eles estão corretos.
A civilização Maia literalmente se esfacelou. Mas por trás de tudo isso existe algo ainda mais determinante pra gente entender como os Maias desapareceram.
Estou falando isso porque, o que de fato marcou o fim de uma das civilizações mais avançadas da América foi na verdade a falta de algo que nós não conseguimos viver; estou falando da água!
Os Maias um povo muito antigo
Os povos que deram origem à civilização Maia ocuparam a América Central quase 10.000 anos atrás, ou seja, por volta de 8.000 a.C. Mas os primeiros assentamentos Maias surgem mais tarde, em cerca de 2.000 a.C. Aos poucos, essas aldeias começaram a crescer até formar cidades.
E, por volta do ano 250, começou o auge da civilização Maia, e essas cidades dominavam as regiões onde hoje ficam países como México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Eram cidades enormes, sendo que as maiores abrigavam até mesmo mais de 100 mil habitantes.
E a parte central das cidades refletia o brilho da civilização Maia, com edifícios administrativos e religiosos. Os Maias eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses que eram venerados em templos grandiosos.
Os povos Maias e suas religiões
Existiam até mesmo pirâmides, sendo que a mais famosa ficava na antiga cidade de Chichén Itzá, e está de pé até hoje. Uma coisa macabra dos Maias é que uma das bases de sua religião estava nos sacrifícios humanos, porque os Maias acreditavam que o sangue era essencial para o funcionamento do universo.
Existiam até mesmo guerreiros especializados em capturar governantes e pessoas influentes de outras cidades para serem sacrificados aos deuses. Muitas vezes esses prisioneiros eram de outras cidades Maias, ou seja, conterrâneos!
Isso acontecia, porque as cidades Maias estavam sempre guerreando umas com as outras. Diferente do que muita gente acredita, nunca existiu um grande Império Maia, como aconteceu com os Romanos, por exemplo. Isso porque a civilização era formada por cidades-estados.
Cada uma tinha o seu rei e, dependendo do dia, essas cidades podiam ser aliadas ou inimigas. Mas mesmo com essas cidades disputando recursos e áreas de influência o tempo inteiro, a civilização floresceu a ponto de ser uma das mais avançadas do mundo na época.
Um exemplo está na arte, com murais repletos de pinturas e trabalhos em cerâmica, além do desenvolvimento de uma escrita sofisticada que era toda feita com desenhos chamados logogramas. Os maias também eram excelentes matemáticos e astrônomos.
Os Maias matemáticos astrônomos
Eles chegaram a criar um dos calendários mais famosos da história, com as fases da Lua e até mesmo eclipses, muitas vezes com cálculos mais precisos que os calendários europeus da época. Mas e a previsão maia de que o mundo acabaria em 2012?
Na época, rolou a notícia de que esse seria o último ano de alguns calendários Maias que abrangiam um período de cinco mil anos. Mas especialistas na cultura Maia falam que isso era pseudociência e que os Maias nunca previram nada.
Como sabemos, o mundo realmente não acabou em 2012. Pelo menos para nós, porque a civilização Maia começou a ruir por volta do ano 900 d.C. Tá, mas o que realmente aconteceu? Estudos mostram que, a partir do ano 820, muitas cidades maias começaram a atravessar períodos de seca que chegavam a durar décadas.
Cidades Maias sofrem com a falta de Chuva
Durante quase um século as chuvas diminuíram pela metade. Na verdade em algumas regiões a diminuição chegou até 70% nos períodos mais graves. Com dois milhões de habitantes, a civilização Maia dependia muito da agricultura, já que a base da sua alimentação era uma planta muito conhecida nossa: o milho.
Mas a falta de chuva deixou as terras inférteis e, de repente, não havia mais milho suficiente para sustentar toda aquela população. Com isso, começaram os problemas políticos. Uma das bases da economia Maia eram as rotas comerciais entre cidades diferentes, mas a falta de recursos fez isso diminuir drasticamente.
Para piorar, várias cidades Maias começaram a entrar em guerra para disputar os recursos que eram cada vez mais escassos. Claro que um povo engenhoso como os Maias, tentou encontrar soluções. Existem vestígios de enormes canais que eles teriam construído nessa época para tentar irrigar novas porções de terra.
Florestas desmatadas reforçam as secas
Mas, neste processo de tentar expandir sua agricultura, áreas enormes de florestas foram desmatadas, o que fez a seca ficar ainda mais intensa. As principais prejudicadas com isso foram as cidades do Sul, que por estarem sem água e sem alimentos, começaram a entrar em colapso, e foram simplesmente abandonadas pelos seus habitantes.
A solução para muitos foi migrar para as cidades mais ao Norte, já que elas estavam resistindo melhor à seca. Porém, duzentos anos depois, no século XI, aconteceu uma nova seca. E esta não foi uma estiagem qualquer, e sim a maior da região em dois mil anos.
Se a primeira seca acabou com as cidades do Sul, os pesquisadores apontam que esta segunda, ainda mais intensa, pode estar por trás do declínio das cidades do Norte, que também acabaram sendo abandonadas.
Com a população se dispersando, a influência e o poder Maia enfraqueceram rapidamente. Quinhentos anos depois os poucos maias que ainda habitavam a região tentaram, mas não conseguiram resistir aos espanhóis.
O espanhóis tem culpa no cartório
Como aconteceu com outros povos da América, incluindo grandes civilizações como os Incas e os Astecas, os Maias foram dizimados pelas armas de fogo e doenças que os espanhóis traziam para a América.
Mas, se pensarmos que no caso dos Maias, que eles já estavam quase desaparecidos, os espanhóis apenas terminaram o serviço que a falta de água já havia começado. Hoje ainda restaram alguns poucos povos e etnias e comunidades na América Central que são descendentes diretos dos Maias.
O desmatamento, gera alterações climáticas que prejudicam o ciclo da água. Isso pode custar muito caro lá na frente. Até porque não teremos água para sempre. Então você acha que a água é algo que estará disponível para sempre? Os Maias também achavam isso. Então vamos fazer nossa parte primeiramente se informando!
Mas nada comparado à grande civilização que, infelizmente, ficou no passado. Será que uma seca assim poderia acontecer hoje em dia? Bem, veja um artigo aqui nosso sobre este assunto