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História da Argentina

História da Argentina: A trajetória da colonização até o século XXI

A história da Argentina é marcada por grandes transformações políticas, sociais e econômicas, que moldaram o país em uma nação diversificada e com uma forte identidade cultural.

Desde a chegada dos colonizadores europeus até os dias atuais, o país passou por revoluções, guerras, ditaduras e renascimentos democráticos. Neste artigo, exploramos os principais momentos da história argentina, divididos em quatro grandes fases.

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‘História da Argentina’ Colonização e Domínio Espanhol

Antes da chegada dos colonizadores europeus, o território que hoje conhecemos como Argentina era habitado por diversas culturas indígenas, como os querandis, mapuches e guaranis. Ou seja, que viviam de forma relativamente isolada em diferentes regiões do país.

Em 1516, o explorador espanhol Juan Díaz de Solís foi o primeiro europeu a chegar à foz do Rio da Prata, inaugurando o início do período colonial. Em 1580, o explorador espanhol Juan de Garay fundou a cidade de Buenos Aires, que se tornou uma importante base para a administração do Vice-Reino do Peru. Assim, se tornando parte do império colonial espanhol.

No entanto, a cidade enfrentou dificuldades iniciais devido a ataques indígenas e a dificuldades econômicas, o que retardou seu crescimento por várias décadas. No século XVIII, a Espanha reorganizou suas colônias na América do Sul e criou o Vice-Reino do Rio da Prata em 1776, com Buenos Aires como capital.

Essa mudança trouxe um impulso econômico à região, à medida que Buenos Aires se tornava um centro comercial importante. Contudo, favorecendo o comércio de couro e carne com o restante do império e com outras nações.

Independência e Formação da Nação Argentina

No início do século XIX, os ventos de mudança que sopravam pela América Latina chegaram à Argentina. Inspirados pela Revolução Francesa e pela independência dos Estados Unidos, movimentos independentistas começaram a surgir em toda a América do Sul. Em 1810, a Revolução de Maio ocorreu em Buenos Aires, marcando o início do processo de independência da Argentina em relação à Espanha.

Sob a liderança de figuras como Manuel Belgrano, José de San Martín e Juan José Castelli, o movimento de independência ganhou força. Em 9 de julho de 1816, o Congresso de Tucumán declarou formalmente a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, o que deu origem à Argentina moderna.

No entanto, o período pós-independência foi marcado por décadas de instabilidade política e lutas internas entre facções opostas. O principal conflito era entre os unitários, que defendiam um governo central forte em Buenos Aires, e os federais, que queriam maior autonomia para as províncias.

Esse período de conflito interno durou até a década de 1850, quando a Constituição de 1853 foi promulgada. Assim, criando uma estrutura política federalista que pacificou temporariamente o país.

‘História da Argentina’ Território, Economia e Política

A segunda metade do século XIX, marcada por uma grande expansão territorial, principalmente com a Conquista do Deserto (1879-1880). Ou seja, uma campanha militar liderada por Julio Argentino Roca que buscou submeter e remover os povos indígenas das vastas terras do sul e oeste da Argentina.

Essa expansão territorial possibilitou a criação de grandes estâncias e o aumento da produção agropecuária, especialmente de carne e trigo, que se tornaram pilares da economia argentina. Durante esse período, a Argentina experimentou um boom econômico. Milhares de imigrantes europeus, principalmente italianos e espanhóis, chegaram ao país em busca de oportunidades.

As cidades cresceram, a infraestrutura foi modernizada e Buenos Aires se transformou em uma das metrópoles mais sofisticadas da América Latina. No entanto, o rápido crescimento econômico também trouxe tensões sociais. No início do século XX, surgiram movimentos trabalhistas e socialistas que lutavam por melhores condições de trabalho e por reformas políticas.

Em 1916, com a eleição de Hipólito Yrigoyen, líder da União Cívica Radical, a Argentina experimentou uma fase de democratização e reformas, mas também de crescente polarização política.

Era Peronista, Ditadura e Democracia Contemporânea

A figura mais marcante da política argentina no século XX foi, sem dúvida, Juan Domingo Perón. Perón chegou ao poder em 1946 com amplo apoio das classes trabalhadoras e implementou uma série de políticas populistas e trabalhistas, que deram origem ao peronismo, uma ideologia que até hoje exerce grande influência no país.

Seu governo ficou marcado pela nacionalização de indústrias, pela expansão dos direitos trabalhistas e pelo carisma de sua esposa, Eva Perón, conhecida como Evita, que se tornou um ícone de adoração popular.

No entanto, o governo de Perón também enfrentou oposição de setores conservadores, da Igreja e das Forças Armadas. Em 1955, um golpe militar derrubou Perón, iniciando um período de instabilidade política que duraria várias décadas. Entre 1955 e 1983, a Argentina alternou entre governos civis e ditaduras militares, sendo a mais brutal a última, que governou de 1976 a 1983.

Durante essa ditadura militar, conhecida como Processo de Reorganização Nacional, o governo liderado pelos militares reprimiu violentamente opositores. Assim, resultando na Guerra Suja, um período em que milhares de pessoas foram presas, torturadas ou desaparecidas. Estima-se que mais de 30.000 pessoas tenham desaparecido durante esse período.

Em 1983, após a derrota da Argentina na Guerra das Malvinas, a ditadura militar entrou em colapso, e o país voltou à democracia com a eleição de Raúl Alfonsín. Desde então, a Argentina passou por uma transição democrática relativamente estável, mas continua a enfrentar desafios econômicos e políticos.

Desafios e Realizações do Século XXI

No século XXI, a Argentina continuou a enfrentar ciclos de crise econômica e recuperação. Em 2001, o país passou por uma de suas piores crises, com uma recessão profunda, colapso financeiro e agitação social.

No entanto, sob o governo de Néstor Kirchner (2003-2007) e, posteriormente, sua esposa Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015). Ou seja, a Argentina experimentou um período de crescimento econômico impulsionado por políticas keynesianas, aumento do consumo interno e controle estatal de setores estratégicos.

A presidência de Mauricio Macri (2015-2019) representou uma mudança de direção política, com a tentativa de implementar políticas econômicas mais liberais. No entanto, o país voltou a enfrentar dificuldades econômicas, culminando em mais uma crise financeira.

Em 2019, Alberto Fernández, aliado de Cristina Kirchner, foi eleito presidente, marcando o retorno do peronismo ao poder. Seu governo tem enfrentado desafios econômicos, incluindo alta inflação, dívida externa e a pandemia de COVID-19, que agravou ainda mais a situação social e econômica da Argentina.

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