Conheça a história do Irã, conhecido historicamente como Pérsia até 1935, uma das civilizações mais antigas do mundo, com uma trajetória rica e diversificada que remonta a milhares de anos.
Situado no coração do Oriente Médio, o país foi o berço de impérios poderosos, como o Império Persa, e desempenhou um papel crucial em eventos históricos e culturais globais.
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Os Primórdios da Pérsia ‘História do Irã’
A história do Irã começa por volta de 3200 a.C., com as primeiras civilizações da região do planalto iraniano. No entanto, o período mais significativo da história antiga iraniana teve início no século VI a.C., com a ascensão dos aquêmenidas, sob o comando de Ciro, o Grande.
Ele fundou o primeiro grande império persa e, em 550 a.C., conquistou a Babilônia, unificando grande parte do Oriente Médio. O Império Aquemênida, que se estendia da Ásia Central até o Egito, tornou-se o maior império do mundo na época.
Sob o reinado de Ciro e seus sucessores, como Dario I e Xerxes, o império persa foi conhecido por sua administração eficiente, sistema de estradas e respeito às culturas dos povos conquistados. A capital do império, Persépolis, tornou-se um centro de poder e cultura. No entanto, em 330 a.C., o império aquemênida foi derrotado por Alexandre, o Grande, da Macedônia, marcando o fim da primeira fase do domínio persa.
Após a morte de Alexandre, o Irã foi governado pelos selêucidas, seus sucessores helenísticos, mas no século III d.C., uma nova dinastia iraniana, os sassânidas, restabeleceu o poder persa. O Império Sassânida rivalizou com o Império Romano e, mais tarde, com o Império Bizantino, até sua conquista pelos exércitos islâmicos no século VII.
A Chegada do Islã e a Dinastia Safávida
A chegada do Islã no século VII foi um ponto de virada na história do Irã. Os árabes muçulmanos derrotaram os sassânidas na batalha de Cadésia em 636 d.C., iniciando a islamização da Pérsia. Nos séculos seguintes, o Irã tornou-se um importante centro do mundo islâmico, contribuindo significativamente para a cultura, a ciência e a filosofia islâmica.
Contudo, as dinastias islâmicas locais, como os buídas e os seljúcidas, governaram o Irã até o século XVI, quando uma nova dinastia trouxe mudanças profundas. A Dinastia Safávida, fundada por Ismail I em 1501, foi responsável pela transformação do Irã em um Estado xiita, separando-o religiosamente de seus vizinhos sunitas.
Portanto, o xiismo dozeiro tornou-se a religião oficial do Irã sob o governo safávida, uma mudança que define a identidade iraniana até os dias de hoje. Sob o reinado de Abbas I, o Grande, o Irã safávida floresceu, com sua capital em Isfahan tornando-se um centro de arte, comércio e cultura.
A Dinastia Qajar e as Influências Externas
Após a queda dos safávidas no século XVIII, o Irã passou por um período de instabilidade política até o estabelecimento da Dinastia Qajar em 1796. Durante o governo dos Qajares, o Irã enfrentou crescente pressão de potências estrangeiras, especialmente da Rússia e do Reino Unido, que buscavam expandir suas influências na região.
As guerras contra a Rússia resultaram na perda de territórios importantes no Cáucaso, como Geórgia e Azerbaijão. Assim, o Reino Unido exerceu controle econômico e político sobre o Irã por meio de concessões e tratados. A crescente influência estrangeira e a corrupção interna levaram a movimentos nacionalistas no final do século XIX e início do século XX.
Em 1906, o Movimento Constitucionalista iraniano conseguiu impor a criação de um parlamento (Majlis) e uma constituição, estabelecendo os primeiros passos para um governo representativo. No entanto, a influência das potências estrangeiras continuou a ser um fator dominante na política iraniana até a queda dos Qajares.
A Revolução Islâmica ‘História do Irã’
No início do século XX, a insatisfação com a fraqueza dos Qajares levou à ascensão de Reza Khan, um militar que, em 1925, estabeleceu a Dinastia Pahlavi e se proclamou Reza Shah Pahlavi. Ele modernizou o Irã, construiu infraestrutura e tentou reduzir a influência religiosa, mas governou com mão de ferro, limitando liberdades políticas. Em 1935, ele alterou o nome oficial do país de Pérsia para Irã.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Reza Shah foi forçado a abdicar pelos Aliados devido à sua proximidade com a Alemanha nazista. Seu filho, Mohammad Reza Pahlavi, assumiu o trono e governou até a Revolução Islâmica de 1979. Durante seu reinado, o Irã experimentou modernização rápida e reformas, como a Revolução Branca. Mas também crescente autoritarismo e repressão política, o que levou a uma onda de oposição.
A Revolução Islâmica liderada pelo Aiatolá Ruhollah Khomeini, um clérigo xiita que mobilizou massas insatisfeitas com o governo do xá e com a influência ocidental no país. Em 1979, o xá foi deposto, e o Irã se transformou em uma República Islâmica, com um governo teocrático baseado nos princípios do xiismo. Khomeini tornou-se o líder supremo e estabeleceu um regime que combinava elementos de democracia com o controle clerical sobre a política e a sociedade.
O Irã Pós-Revolucionário e os Desafios Atuais
Após a Revolução Islâmica, o Irã enfrentou uma série de desafios. Em 1980, Saddam Hussein, do vizinho Iraque, invadiu o Irã, iniciando a Guerra Irã-Iraque, que durou oito anos e causou enormes perdas humanas e econômicas. Embora o Irã tenha defendido com sucesso suas fronteiras, o conflito devastou o país.
Nas décadas seguintes, o Irã continuou a ser uma potência regional, com uma política externa assertiva e apoio a movimentos xiitas no Líbano, Iraque e Síria. As relações com o Ocidente tornaram-se cada vez mais tensas, especialmente por causa do programa nuclear iraniano, que levou a sanções econômicas e ao isolamento diplomático.
Internamente, o Irã enfrenta desafios econômicos, movimentos de dissidência e questões relacionadas a direitos humanos. No entanto, a liderança iraniana mantém uma posição firme, com o líder supremo e o presidente desempenhando papéis centrais na política do país.